sábado, 25 de junho de 2011

Segredos da Natureza

Uma das mentes mais brilhantes afirmou:

"Aquilo que é impenetrável para nós existe de fato. Por trás dos segredos da Natureza há algo sútil, intangível e inexplicável. A veneração a essa força que está além de tudo o que podemos compreender é a minha religião".


Albert Einstein


Ecologia - Conceitos básicos


Biosfera: conjunto de regiões do ambiente terrestre onde há seres vivos.

O termo biosfera foi criado por semelhança aos utilizados para designar camadas ou esferas relacionadas aos componentes abióticos (a = prefixo de negação, bio = vida, isto é, sem vida).


  • Atmosfera ( atmós = gás): camada ou esfera da Terra formada pelo ar.
  • Hidrosfera (hidro = água): camada ou esfera da Terra formada pela água.
  • Litosfera (lito = pedra): camada ou esfera da Terra formada pelas rochas e pelos solos.       
Os limites da biosfera são definidos em função de registros que indicam a presença de seres vivos. Esses limites vão desde aproximadamente 11000 metros de profundidade, nos oceanos, até cerca de 7000 metros de altitude, na atmosfera.

Populações biológicas: conjunto de seres vivos da mesma espécie que vive em determinada área geográfica.

Comunidade biológica (biocenose): conjunto de populações de diferentes espécies que vivem em uma mesma região, mantendo relações entre si.


Habitat: é o ambiente em que vivem determinadas espécies ou comunidades biológicas, caracterizado por suas propriedades físicas e bióticas.

Nicho ecológico: refere-se à posição funcional de um organismo em seu ambiente, compreendendo seu habitat, suas atividades e os recursos, que ele obtém, ou seja, todas as ações típicas de uma espécie no ambiente em que vive.



A comunidade associada ao meio ambiente constitui um ecossistema.

Cerrado
O ecossistema é composto por:

Fatores bióticos: representado pelos seres vivos.


Fatores abióticos: representados pelos componentes do meio ambiente (água, gases atmosféricos, sais minerais, luz, pressão e temperatura).

Fatores bióticos (biocenose): compreendem:

Organismos autótrofos: organismos capazes de sintetizar matéria orgânica (são os produtores).


Organismos heterótrofos: alimentam-se da matéria orgânica produzida pelos autótrofos.



Consumidores: podem ser herbívoros ou carnívoros.

Decompositores (saprófitos): são organismos que decompõem a matéria orgânica morta.
Exemplos: Fungos e Bactérias



Fonte:
Bio: volume 1/ Sônia Lopes; Sergio Rosso - 1ª ed - São Paulo: Saraiva, 2010
Biologia/ José Mariano Amabis; Gilberto Rodrigues Martho - 3ª ed - São Paulo: Moderna, 2010.












Ecologia


O termo Ecologia (do grego oikos = casa e logos = estudo), empregado pela primeira vez em 1866 pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919), designa o estudo das relações dos seres vivos entre si e com o ambiente em que vivem.

Ernst Haeckel
A Ecologia é uma ciência abrangente, que utiliza conceitos da Biologia, da Física e da Química, entre outros, e permite, juntamente com as ciências econômicas e sociais, entender a complexidade das relações entre a humanidade, os demais seres vivos e o planeta.


Nas últimas décadas, a sociedade parece ter finalmente despertado para os problemas ambientais causados pelo grande aumento na exploração de recursos naturais pela humanidade. Estamos tomando consciência de que é preciso fazer algo para evitar a degradação do ambiente em nosso planeta. Nesse contexto, os conhecimentos ecológicos são fundamentais para tentarmos reverter alguns dos graves problemas ambientais que nós mesmos provocamos.




Fonte:
Biologia/ José Mariano,Amabis, Gilberto Rodrigues, Martho - 3ª ed - São Paulo: Moderna, 2010.




terça-feira, 21 de junho de 2011

A carta do Chefe Indígena

A importância de se compreender a interação organismo/meio fica mais clara para o ser humano quando ele vive em contato com a natureza, longe dos grandes centros onde a tecnologia predomina.
A baixo a reprodução da carta de um chefe indígena da América do Norte que foi enviada em 1854 ao então presidente dos Estados Unidos Franklin Pearce. Na ocasião, o presidente havia proposto ao índio a compra de suas terras, dando-lhe em troca uma reserva. A carta do chefe indígena tem sido amplamente divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos mais belos exemplos de consciência ecológica. Ela nos alerta para problemas ecológicos atuais decorrentes do despreparo do ser humano para compreender as leis da Natureza. Apesar de escrita em 1854, seus ensinamentos são válidos até hoje.


"Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia nos parece estranha.

Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.

Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro e o homem - todos pertencem à mesma família.

Portanto, quando o grande chefe em Washington, manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós. O grande chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai, e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.

Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas água límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.

Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos, e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.

Sabemos que o homem branco não compreendem nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda. Não há lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de flores na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreenda. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.

O ar é precioso para o homem vermelho, pois toda as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao meu cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu o nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-las intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.

Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.

Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante do que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos.

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.

Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontece à terra acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.

Isto sabemos; a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.

O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos, e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa terra, mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e feri-la e desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.

Mas, quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa sejam impregnados do cheiro de muitos homens e a visão dos morros seja obstruída por fios que falam. Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência."

Fonte: Bio: Volume 1 / Sônia Lopes; Sérgio Rosso - 1.ed - SP - Saraiva - 2010

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Natureza da Ciência


Antes de começar o estudo da Natureza dos seres vivos, convém considerar rapidamente a natureza da própria ciência; isso nos dirá alguma coisa acerca dos métodos que usaremos em nossas observações. A Ciência é um modo de buscar princípios de ordem no mundo natural. A arte é outro modo, e a Religião, ainda outro. A Ciência tem dois componentes separados: (1) evidência objetiva, baseada em observação ou em experimento ou na combinação de ambos - os dados; (2) estruturação dos dados por meio do estabelecimento de conexões significativas entre eles. As grandes descobertas da Ciência não consistem na adição de novos fatos, mas na percepção de novas relações entre eles (...).

Isso não quer dizer que os fatos não sejam importantes. São os fatos que perduram, que passam de um pesquisador para outro, de uma geração para a seguinte. É por isso que os cientistas insistem na objetividade;em qualquer Ciência, as observações e os experimentos devem ser relatados de modo que possam ser repetidos e verificados, e devem ser repetidos e verificados, antes de os incorporamos ao conjunto do conhecimento. Os fatos são sólidos blocos de construção, os elementos estruturais, teimosos e concretos, com os quais são erigidas as teorias e contra os quais se desfalecem os sonhos.

A maioria dos textos, e este não faz exceção, tende a destacar o que hoje se conhece, mais do que o  que não se conhece ou o modo pelo qual viemos a conhecer o que conhecemos. Essa tendência, embora compreensível, distorce, de algum  modo, a natureza da Biologia e da Ciência em geral. A Ciência moderna não é um acúmulo estático de fatos organizados de certo modo, e sim um corpo, algo amorfo de conhecimentos que, além de crescer constantemente, desenvolvendo novos brotamentos e prolongamentos imprevisíveis, pode também mudar de repente toda sua forma ( como aconteceu com a Biologia a partir do século 19, com a aceitação da Teoria da Evolução). A Ciência é dinâmica, não estática. Consequentemente, não pode ser contida em compêndios, ou bibliotecas, ou centros de coleta de informações. Trata-se de um processo que ocorre na mente dos cientistas vivos.

Uma palavra final: não permita que nosso entusiasmo em contar a você tudo o que a Biologia descobriu o convença de que já se sabe de tudo. Muitas perguntas ainda estão sem respostas. mais importante, muitas boas perguntas ainda nem foram feitas. Talvez seja você o primeiro a fazê-las.

(Curtis, Helena. Biologia, 2ª edição, RJ. Guanabara Koogan, 1977)

Sustentabilidade


A categoria sustentabilidade é central para a cosmovisão ecológica e, possivelmente, constitui um dos fundamentos do novo paradigma civilizatório que procura harmonizar ser humano, desenvolvimento e Terra entendida como Gaia.

                                                                                                                               Leonardo Boff.